Mais uma vez?


(Leia esse texto escutando essa playlist aqui)
 Como as séries, filmes e livros (e até sua mãe) te ensinaram, a possibilidade de algo dar certo é a mesma de dar errado. Independentemente das circunstâncias, é tudo consequência das nossas escolhas. Enfim, esse clichê é desnecessário. Indo direto ao ponto, queria muito falar de relacionamentos, especialmente daqueles que ressurgem do passado. É muito chato ver pesquisas, estatísticas e essas coisas tentando comprovar que voltar a um relacionamento antigo é um erro e nunca vai dar certo. Nenhum amor se mede ou compara, amor é amor e ponto. Amor é individual, é de casos, experiências que não se repetem fácil. Ou não se repetem nunca, nunca mesmo. Pode ser que a metáfora do sapato velho esteja certa, talvez seja estupidez insistir em algo que já demonstrou ser inadequado, que não cabe em você. 

 Esqueçam a experiência do seu amigo que quebrou a cara, parem com isso de se basear na vida dos outros. Comecem suas vezes, suas vidas. Parem de ler matérias nos jornais, parem de olhar gráficos. Amar alguém, de fato, é estar aberto às diversas experiências que podem vir. Mas o ser humano tem nutrido a mania de privar-se por medo de extrapolar, perder por medo, sofrer antes do baque. Então, da mesma maneira que a metáfora do sapato pode ser concretizada, pode ser criada uma nova: de que, talvez, ele sirva depois de duas ou até mais tentativas. Não é que o amor seja cego, é que ele não tem preconceitos e tabus. Se você deu/está dando uma segunda chance a alguém, parabéns. É muito lindo não guardar rancor, ser capaz de tentar mais uma vez é um dom admirável. E não, não se chame de burro. Você é determinado, e se não deu certo, pode sempre dizer que fez o possível, né? É que não dá para mudar o outro, mesmo que a capacidade de consertar tudo seja desejável, não existe.

 
 Se a tal pessoa tem tudo para ser o amor da sua vida, desde o sorriso até o disco favorito, não desista. Mas, se no meio da dança, ela fica pisando nos seus pés, procura ver se ela está querendo mudar. Procura ver se ela quer mesmo dançar com a mesma pessoa por tanto tempo, veja se ela não está cansada de tanto vai e volta, de tantos anos. Olhe para si mesmo e tente ver se você quer mesmo entrar nessa, e, se não quiser, não iluda. Não insista, não tente forçar um sentimento que sabe que não virá, não tenha pena. Tudo passa. Esqueça, esclareça, dê satisfação. Mas não abrace se, na verdade, você quer desviar. Ah, conselhos, do mesmo jeito que as pesquisas, foram feitos para dar uma ajudinha, e não definir todo o resto de sua vida. 

 Por favor, ignore a história do seu primo que foi e voltou trocentas vezes, da sua tia chata que insistiu num relacionamento por quatro anos. Você não é sua tia, ainda bem. Faça-me o favor de nunca mais procrastinar histórias para contar por pavor de que sejam tristes. Uma pessoa sem feridas nunca é plena, no final só é alguém que viveu toda a vida numa bolha falsa. Não tenha vergonha da sua ingenuidade, muito menos da malícia... São coisas que, nem sempre diretamente, se conectam e, assim, te fazem humano.






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